segunda-feira, 30 de maio de 2011

A arte do bom vivant


A arte do bom vivant:

Ludibria-se de nada

Pra não esquecer-se de tudo.


Engaiolado, posto a prova

Onde nada existiu

Na trilha do medo

Onde a puta te pariu.


Dímitri Abdalla

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Inferno faz lar...


O Inferno faz lar enquanto distraio-me cavando tumbas

Sepultadas chances em teu caminho, perdidas

Cóleras que levam a teu tesouro...


Passos sobre a carne fria

Um corpo que deseja outro

As máquinas não param

Cerra-te pouco a pouco


Exercícios de ser silencioso

Ansiando vozes

Entre árvores, passeios mudos

Enterram teu passado.


Dímitri Abdalla

sexta-feira, 20 de maio de 2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Asseguro Moral

Em noite de lua cheia
Passeia boêmio
De olhar vago
Vaga

Vida de vaga-lume
Aceso circula
Entre luzes
Desfaz seu brilho

Concreta tuas raízes
Tira teus pés do chão
O piche já hidrata teu pêlo

Faz o que eu mando
O mínimo é o estudo
Lei, ordem, repressão

Dímitri Abdalla

O Grande Oráculo


Profana Efígie

Mascara as faces

Que a verdade já não sustenta

Alimenta falsos afetos

Procura ensejo, prolifera


Feito mármore empedra

Verdades de sobejo


Não há forma de convivência

Mas publica tua sorte

Teu futuro premeditado conforta teus dias


Grande rede

Fomos pegos!

Ele impera, no reino dos homens

Máquina ou homem?

Confunde...


Dímitri Abdalla

terça-feira, 10 de maio de 2011

Bunda suja na lagoa imunda...



Bunda suja na lagoa imunda

Rios medonhos em bairros nobres

Sonhos feitos, que o diabo amassou


Sua cinza na rua escura

Escondida transpõe tua armadura


Ônibus cheios tem carros vazios

Bancos lotados em centros urbanos

Prazo de validez

A Plasticidade tem sua vez

Em teu fundo cerebral


As Leis do capital monetário

No Depósito fiel de infidelidades

Grandes Homens de caráter

E suas Ondas descartáveis

Dímitri Abdalla


sexta-feira, 6 de maio de 2011


De súbito subamos

Há mais doces entre as estrelas

Naqueles olhos noturnos

Deitados sobre a luz da lua


Sempre uma surpresa insana

Teu convite não me engana

A respeito da noite na matéria em repouso


Ao longe via refletido n’água

Desembaraçada livre e nua

Nova e branca passeava pela rua

Em grande sonho


Como amigo afim

Presente, com grande liberdade

Nossa diversa realidade

Fez-se distante, em um aventureiro errante.



Dímitri Abdalla


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Olhar mendigo

A percepção do mendigo

Na margem não fala

O olhar distante comunica

Torna-se comum


A indiferença alheia

Estrangeira a tudo

Vive da falta

No avesso da cultura


Estranho livre

Desconhecido sem nome

Compelido à solidão

Sem escolha sobrevive.


Dímitri Abdalla

segunda-feira, 2 de maio de 2011

As emoções contidas...


As emoções contidas

Sortidas, a sua escolha.

Bastam as formas

Convenções sociais para lhe confortar


Previsões sobre o futuro

Afetam os afetos

Congelam a espreita do sol


Haverá sol no porvir?

Quem livre for, verá!



Dímitri Abdalla